Departamento de Ciências Humanas
Educar entre o pensar e o agir
O Departamento de Ciências Humanas é constituído pelos professores que lecionam as seguintes disciplinas:
- História e Geografia de Portugal (5.º e 6.º anos)
- História (do 7.º ano ao 12.º ano)
- Geografia (do 7.º ano ao 12.º ano)
- História e Cultura das Artes (10.º e 11.º anos)
- Educação Moral e Religiosa Católica (do 5.º ano ao 12.º ano)
- Filosofia (10.º e 11.º anos)
- Psicologia (12.º ano)
- Ciência Política (12.º ano).
Enraizados no lema do Externato “Uma Vida com Projeto, um Projeto para a Vida (com os outros)”, considera-se essencial o trabalho em equipa e interdisciplinar valorizando os seguintes aspetos:
a) O processo de ensino-aprendizagem nas áreas curriculares do departamento;
b) As perspetivas históricas, geográficas, filosóficas e teológicas sobre as Ciências de Educação, o Projeto Educativo e a prática letiva;
c) A dinamização de projetos de educação para valores e educação para a cidadania europeia e global.
A História e Geografia de Portugal transporta cada aluno numa viagem através dos séculos e dos espaços a descobrir.
A História preenche as mentes com momentos e locais distantes e próximos, percursos de vida e testemunhos que do passado nos moldam para o futuro.
A História da Cultura e das Artes revela-nos a criação artística ao longo dos tempos, como meio através do qual o Homem tem refletido tanto a sua realidade exterior como o seu imaginário interior!
A Geografia interpreta o planeta. Com ela se reescreve esta maravilhosa TERRA!
A Filosofia procura um conhecimento que mobilize o aluno para reflexão, permitindo assumir gradualmente posições autónomas devidamente fundamentadas sobre os problemas sociais, éticos, políticos e científico-tecnológicos que se colocam às sociedades contemporâneas.
A Ciência Política procura que os alunos se familiarizem com os grandes problemas políticos do seu tempo, que adquiram uma perspetiva crítica, que lhes permitam refletir e decidir por si próprios.
A Psicologia visa o desenvolvimento das competências necessárias para que o aluno adquira um melhor conhecimento de si próprio e da relação dos jovens com os outros e com o mundo.
A Educação Moral e Religiosa Católica procura refletir sobre as diferentes dimensões do ser humano e transversais à sociedade, com a finalidade de uma formação integral da pessoa no contexto da Educação Cristã.
Notícias
Aqui Lá, Lá Aqui – Normal é ser Diferente
Um grupo de alunos do secundário e do 8º ano teve a oportunidade de participar numa atividade do âmbito do programa “+ Saúde”, da responsabilidade do Município de Torres Vedras, que, dando importância à área do “Racismo e Discriminação”, implementou um projeto, inerente ao Plano Municipal para a Integração de Migrantes (PMIM) 2020-2022.
O “Aqui Lá, Lá Aqui – Normal é ser Diferente”, tem como objetivo, diminuir os comportamentos discriminatórios face aos cidadãos/alunos migrantes e aumentar a integração social, fomentando a interculturalidade e aceitação social. Este projeto materializou-se hoje na nossa escola através da realização de sessão de apresentação e debate de excertos de um documentário (https://youtu.be/2Fldk7Ob4Bs) sobre este tema.
Um tema muito atual que mereceu toda a atenção por parte dos nossos alunos e professores.
Lisboa, Crónica Anedótica – Sugestão do Plano Nacional de Cinema
O visionamento do filme Lisboa, Crónica Anedótica revelou ser para os alunos uma experiência surpreendente. Quando a escola consegue surpreender, está aberto o caminho para a aprendizagem.
“Lisboa, Crónica Anedótica aproxima-se de outras “sinfonias urbanas” … pretende sintetizar em poucas horas um dia típico na cidade. “
Tiago Batista (Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema)
Ninguém do 12º LH estava preparado para acreditar que um documentário de 1930, com duas horas, fosse capaz de suscitar tanta atenção e comentários. De facto, Leitão de Barros conseguiu fazer, com uma mestria acutilante, um excelente retrato da vida cultural de Lisboa em finais dos anos 20, combinando diversas cenas documentais com sequências encenadas. O realizador, de si um frenético criativo, fez um retrato da cidade, inserindo no documentário a comédia (com atores profissionais que se aproximam dos “quadros” da revista lisboeta) e, de certa forma, a crítica sarcástica a um país e à sua sociedade. Foi a primeira vez que a seu propósito foi empregada a palavra “realizador”, em virtude de ser um verdadeiro “homem de ação capaz de romper com um passado de inação e, por outro lado, líder que vive e age à frente do seu tempo mostrando pelo exemplo o caminho a seguir” (Tiago Batista Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema).
Este foi um pequeno contributo para implementar a literacia para o cinema junto dos nossos alunos, despertando “nos jovens o prazer para o hábito de ver cinema ao longo da vida, bem como a valorização do cinema enquanto arte” (PNC – Missão).
Bons filmes!
Ana Sardinha
A escola foi à ópera: a experiência e as sensações
As turmas do curso de Línguas e Humanidades do 11º e 12º anos foram convidadas a assistir, no dia 6 de outubro, à encenação do Fantasma da Ópera, que é um romance gótico do escritor francês Gaston Leroux. Este tornou-se mundialmente conhecido através do musical de Andrew Lloyd Webber.
Na versão dos Primeiros Sintomas, na Culturgest, a famosa história de um fantasma que se apaixona por uma jovem cantora de ópera é apresentada numa encenação que volta à obra literária inicial em todo o seu esplendor romântico e assombroso, mas também cómico. Mesmo assim, o espetáculo não dispensa da música e da dança, contando com a nova tradução de João Paulo Esteves da Silva, a música original de Sérgio Delgado, a coreografia de Lígia Soares e um grande elenco de dezasseis atores para criar uma obra de arte total.
A escola tornou-se o veículo para o enriquecimento cultural dos alunos, sensibilizando-os para a valorização da produção e fruição da arte, nas suas diversas dimensões.
Algumas impressões dos alunos:
“A música intensa ou o silêncio ensurdecedor invadiam e sufocavam a sala de teatro alternadamente. E, honestamente, foi o que me manteve atenta durante toda a atuação. A experiência na sua íntegra foi inesquecível, para mim particularmente pelo uso dos sentidos da visão e audição de forma constante. Obviamente que a teatralidade do discurso, a mímica intermitente e a dança emocionante foram as bases sobre as quais a obra se desenvolveu, mas o som (ou falta dele) permitiu que essas bases ganhassem uma certa dimensão e profundidade. No geral a experiência foi tocante, obrigou-nos a apurar os sentidos básicos enquanto éramos envolvidos numa história comovente.”
Madalena Silva 11º LH
“Foi uma experiência fantástica, que me surpreendeu em muitos aspetos. Confesso que as minhas espectativas eram baixas, porém foram superadas a todos os níveis. As vozes incríveis, a dança, a oratória, o jogo de luzes, todos estes aspetos contribuíram para tornar esta experiência inesquecível e captar a atenção do público. Faltam-me as palavras, um arrepio na espinha é como descrevo este musical.”
Neuza Ferreira 11º LH
“Esta obra transmite-nos não só a força da arte como também o gosto e dedicação àquele que é o incrível mundo do espetáculo. Cada personagem mostra-nos a sua própria interpretação do mundo através da representação, transportando-nos para algo puro e espontâneo.
A peça dá-nos a oportunidade de viajar ao sombrio mas curioso mundo dos artistas, como este pode ter mistérios e contratempos. Assim a obra mistura romance, suspense e crime, porém através do canto e dança estes temas são abordados de forma muito mais cativante e alegre…
Foi uma peça longa mas de grande aproveitamento e atenção por parte de todos os alunos. Pudemos observar através da atenção nos olhos de cada um e o silêncio que existia na sala de espetáculos.
No geral foi uma oportunidade diferenciada, ótima para aprender e apreciar a arte e talentos nacionais através da representação.”
Frederica Oliveira 12º LH
O concurso "A minha Cidade é Sustentável! promovido pela Câmara Municipal de Torres Vedras desafiou as escolas do concelho a elaborar maquetes com diferentes aspetos que caracterizam uma cidade ideal em termos de sustentabilidade. Os projetos tinham que ser criativos, reutilizar materiais e promover a reflexão sobre a reorganização do espaço urbano e a melhoria da qualidade de vida da população.
As turmas A e B do 8º ano, participaram neste concurso, de forma interdisciplinar (Geografia e Educação Visual), tendo o 8º B conseguido o 1º prémio.
Network of Role Models
“Perante os outros e a diversidade do mundo, a mudança e a incerteza, importa criar condições de equilíbrio entre o conhecimento, a compreensão, a criatividade e o sentido crítico. Trata-se de formar pessoas autónomas e responsáveis e cidadãos ativos”.
O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, homologado pelo Despacho n.º 6478/2017, 26 de julho
Tentando seguir a linha orientadora exposta no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, o Departamento de Ciências Humanas dinamiza atividades que vão para além do currículo. Estas atividades visam ajudar os nossos alunos a ganharem ferramentas para se integrarem em plenitude na sociedade, que se pretende centrada na pessoa e na dignidade humana. Para dar seguimento ao exposto, este ano letivo, desenvolvemos a atividade: A Network of Role Models, que é uma iniciativa promovida pela Comissão Europeia e desenvolvida com o apoio da Câmara Municipal de Torres Vedras. Visa reforçar a inclusão social, a compreensão intercultural e o pensamento crítico, através de uma rede de cidadãos que se pretende que traduzam exemplos para a sociedade. Estes Role Models (ou Modelos Inspiradores) são cidadãos da comunidade local que, através dos seus percursos de vida, são exemplos inspiradores para a construção de uma sociedade mais justa, tolerante e inclusiva, partilhando de forma voluntária a sua história, experiência e/ou competências.
Esta partilha pessoal resultou na promoção dos valores europeus de tolerância e não-discriminação, através da educação e formação, contribuindo para a inclusão e a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos. Na nossa escola, foi selecionada a temática Diferenças Culturais e Barreiras Sociais, uma vez que, numa sociedade cada vez mais diversa, importa criar pontes, desconstruindo mitos e estereótipos e fortalecendo cada indivíduo através de um sistema de relações que conecte todos e todas.
Testemunhos dos alunos:
“Na passada quarta-feira (26/05/2020), a nossa turma teve a possibilidade de participar na atividade Role Models, organizada pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pela Comissão Europeia. Tivemos a oportunidade de analisar alguns vídeos, levantar questões relativas a temas controversos da sociedade de hoje e conversar com o Timóteo mais conhecido por NBC.
E para mim foi esta conversa que tornou a atividade realmente interessante. Não só pelas suas histórias, mas pelas mensagens que passou. ‘’Não estás sozinho’’ foi aquela que mais se agarrou a mim, pela simples razão de que a solidão tem sido uma constante na vida de muita gente neste último ano. Não só o distanciamento físico, mas também o emocional, têm sido cada vez mais acentuados, bem como as suas consequências. Esta mensagem também foi relacionada com o ‘’espelho social’’ que deveríamos ter em conta no nosso dia a dia, porque pode levantar questões como ‘’se eu estivesse no lugar do outro, como é que me sentiria?’’.
Sinto que a necessidade de chegar ao cerne deste tipo de problemas tem sido cada vez mais evidente.
É claro que, por vivermos numa sociedade com tendência para a superficialidade, este tipo de questões acaba por ser posta de parte, muitas vezes esquecidas ou desvalorizadas e isso dificulta genuinamente a vida a quem tenta encontrar respostas para elas ou simplesmente tenta ir um pouco mais longe, porque não só se sente num constante desconcerto, mas também só.
Fiquei realmente feliz por termos tido um espaço seguro onde pudemos refletir com alguém que se debate com o mesmo, sem tabus, preconceitos ou ideias pré-concebidas. Não consigo apontar ao certo o início ou o fim da parte moral que envolveu o seu discurso, apenas sei que esteve sempre lá. Embora me tenha clarificado algumas ideias e levantado novas questões, este diálogo fez-me parar, pensar e relativizar, o que é de extrema necessidade nos dias de hoje.”
Madalena Silva nº22; 10ºLH